18 fevereiro 2010

A PALAVRA A MÁRIO SOARES


Novos líderes políticos não se arranjam na fábrica do Bordalo.
Alguma imprensa, escrita, falada e televisões, parece pensar que um Governo legitimado pelo voto popular pode cair por pressão da comunicação social, ou seja: pelo movimento de opinião pública que tenta desencadear, contra o primeiro-ministro, utilizando títulos sensacionalistas e distorções obsessivas de fugas ao segredo de justiça, que ninguém sabe como foram obtidas, até porque são ilegais. Ora não pode nem deve, salvo o devido respeito. Seria a subversão da própria democracia, que tanto prezamos.
Com uma única excepção: o cansaço, o enjoo político ou a depressão que tal campanha pudesse provocar no primeiro-ministro. O que já aconteceu no passado. Duas vezes, que me lembre: com António Guterres, enojado pelo "pântano"; e com Durão Barroso, quando resolveu "fugir" para Bruxelas, depois de ter prometido aos portugueses, pelas televisões, que ficava por ter compreendido o voto dos eleitores e se dispor a mudar as políticas…
Não parece ser o caso de José Sócrates, teremos de reconhecer. Nesse aspecto, tem sido um exemplo de determinação, de coragem e de resistência. Tem aguentado os ataques, por mais injuriosos que sejam, as insinuações mais graves e até as veladas ameaças.
Apetece, com isenção, perguntar: há provas contra ele? Se há, porque não as apresentam no lugar próprio - os tribunais - e esperam, sem mais acusações, pela decisão da justiça? Porque entendem dever antecipar-se, a quem de direito, promovendo sucessivos julgamentos na praça pública que, como se sabe, só servem para descredibilizar os que neles participam, claro, a justiça e, finalmente, mais tarde ou mais cedo, a comunicação social?








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