20 março 2010

OS HERÓIS DA GUERRA DO IRAQUE


Investidores do Kuwait e da Coreia do Sul pagaram somas milionárias a Tony Blair em troca de informação estratégica. Durante meses - 20 num caso, mais de dois anos no outro - o político britânico conseguiu manter em segredo os serviços prestados como consultor. A existência dos acordos só foi revelada agora por decisão do Advisory Committee on Business Appointments, um órgão independente de aconselhamento.Em Dezembro de 2007, sete meses depois de ter renunciado ao cargo de primeiro-ministro, Blair foi convidado pelo governo kuwaitiano a elaborar um relatório sobre o futuro do petróleo nos próximos 30 anos. O contrato com os Al Sabah, a família que controla o emirado, rendeu-lhe um milhão de libras (1,1 milhões de euros, ao câmbio actual).Meses mais tarde, aceitou aconselhar um consórcio petrolífero sul-coreano liderado pela UI Energy Corporation, uma empresa com interesses nos Estados Unidos e no Iraque. No Verão de 2008, o grupo fechou um contrato para explorar petróleo no Curdistão iraquiano, mas o gabinete de Blair garantiu esta semana que "o projecto não teve nada a ver com o Iraque".Em Julho desse ano, o antigo líder do Partido Trabalhista solicitou pela primeira vez que o acordo fosse mantido em segredo. Como justificação, invocou alegadas "sensibilidades do mercado". E apesar de violar os seus próprios estatutos, o regulador aceitou adiar três meses a publicação do negócio.Passado o prazo, em Outubro de 2008, Blair pediu mais seis meses de sigilo e prometeu informar novamente uma vez terminadas as "sensibilidades do mercado". O comité, controlado pelo ex-ministro conservador Ian Lang, nunca mais foi contactado e decidiu "caçar" Blair, segundo o diário "The Guardian".O site do regulador define agora o trabalho efectuado como "aconselhamento para um consórcio de investidores liderado pela UI Energy Corporation (publicação adiada devido a sensibilidades do mercado)". A mediação petrolífera levou à criação da Tony Blair Associates, uma consultadoria."Não é a primeira vez que um ex-líder aproveita os contactos acumulados durante a passagem pelo poder", recorda Bernardo Pires de Lima, autor do livro "Blair, Moral e Poder". Para o investigador, o caso paradigmático é o de Gerhard Schröder, ex-chanceler alemão. Duas semanas antes de abandonar o poder, Schröder aprovou a construção de um gasoduto para importar petróleo russo. Actualmente preside à Nord Stream AG, a sociedade responsável pelo projecto. No I
Claro que os nossos tristes tigres guerreiros que me lembro serem encabeçados pelo estratega Pacheco Pereira e o ferrabraz Fernandes dos gloriosos tempos do Público, não lhes toca nem gasolina para o isqueiro. Por certo também ninguém lhes terá encomendado aqueles inflamados sermões... São dos tais que só empatam...

Sem comentários: