13 janeiro 2011

O PSD CLAMA PELO FMI EM SEU AUXÍLIO







A reacção de Cavaco Silva, ameaçando com uma crise política, e a indisfarçável contrariedade que soprou do lado do PSD pelo relativo sucesso da colocação da dívida portuguesa no leilão realizado ontem, não podem ser relativizadas e têm de ser tidas muito em conta pelos portugueses sobre o que vai acontecer nos próximos meses.
O PSD será provavelmente o vencedor em futuras eleições legislativas. Apesar disso, está aterrorizado com a perspectiva de o actual governo conseguir manter o FMI fora de portas.
A razão é simples e seria bom que todos aqueles que andam a pôr providências cautelares para obstar às medidas de austeridade encarassem de frente a realidade: Para combater a crise, o PSD não tem alternativa às políticas do governo e não foi por acaso que viabilizou o orçamento.
Se o PSD fosse para o governo, manteria no essencial essas medidas, mas não evitaria o aumento da pressão dos mercados que a crise política provocada pela queda do actual governo acarretaria. Tanto interna como externamente, Passos Coelho e Cavaco Silva seriam apontados como responsáveis e o descrédito acompanhá-los-ia. Por isso, nem um nem outro quer eleições, a não ser que… venha o FMI... para fazer o trabalho que o PSD não tem coragem de fazer... É tão claro que até  aqueles que costumam votar nas setas de olhos fechados podem perceber...
Como o sucesso do leilão de ontem tornou mais remota essa hipótese ficaram alarmados, e, numa atitude que não se estranharia em Miguel de Vasconcelos, tudo fazem para inverter a tendência de confiança que esse facto provocou nos mercados.
A traição pode ter muitas máscaras, mas não deixa de ser traição.



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