CACOFONIA NO LARANJAL

Isto faz lembrar o papelucho — a expressão é de Medeiros Ferreira — que o Presidente da República entregou à Reuters, para Bloomberg ver, garantindo o compromisso do PS, PSD e CDS-PP no cumprimento das metas do défice. Como lembrou, e bem, Medeiros Ferreira, o Estado não manda recados. O Estado tem órgãos próprios, o primeiro dos quais o Parlamento, para garantir que é uma pessoa de bem. O papelucho faz do mediador um moço de fretes (continuo a citar o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros). Não admira o coice das agências de notação.
Para tornar as coisas mais caricatas, as decisões do Conselho Nacional do PSD ontem reunido omitem a posição do partido face ao controlo do défice público. Devem achar que o papelucho basta. Também nada dizem sobre Justiça, Educação e Saúde, temas naturalmente irrelevantes. Urgente, dizem eles, é recentrar o Estado «nas suas funções nucleares e de garante da coesão social.» Sobre política fiscal, silêncio absoluto. Tudo visto, o PSD prepara-se para pedir um cheque em branco aos portugueses.
Da Literatura
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