09 abril 2011

GUIA PRÁTICO PARA ENFRENTAR A CRISE











Nos primeiros três meses do ano mais de quatro mil famílias portuguesas recorreram à DECO para pedir ajuda. Muitas recebiam rendimentos acima da média mas tinham problemas de sobreendividamento. Com a expectável redução do rendimento disponível, estas famílias vão ver a situação a agravar-se, outras vão começar agora a sentir esses efeitos, e todas vão ter de reajustar o orçamento familiar. O i ouviu as dicas de profissionais, e previu quais podem ser as novas tendências de consumo para a (antiga) classe média, a saber:

01 | orçamento familiar, o começo
"Poucas famílias o fazem, mas é essencial", explica Natália Nunes, especialista da DECO no apoio a famílias sobreendividadas. Cláudia Duarte, formadora sobre gestão de orçamentos familiares, confirma-o. "Anotar todos os gastos, ver a parcela que ocupa mais espaço e ser crítico em relação a isso." E não vale fazê--lo de cabeça, é mesmo para escrever. "Poucas pessoas se apercebem que um café de 60 cêntimos todos os dias significa mais de 18 euros no final do mês", sublinha Natália Nunes

02 | DESLIGAR as TOMADAS ELÉCTRICAS
As facturas da água, luz e gás podem sempre ser melhoradas. Para além das lâmpadas economizadoras, saiba que as tomadas múltiplas com botão para desligar são um grande aliado na poupança: sempre que deixa algo ligado à corrente, o consumo, ainda que mínimo, mantém-se. 

03 | PARTILHAR O CARRO
"Há pessoas que vão ter de deixar de trazer o carro para o trabalho", prevê Natália Nunes. Se os transportes públicos não são uma opção, pondere começar a trocar boleias com os colegas da empresa. Os combustíveis low-cost também vão ser cada vez mais utilizados.

04 | VERIFICAR a APÓLICE DO SEGUROAqueles contratos no fundo da gaveta, que funcionam por débito directo, vão começar agora a ser revistos. Será que existe melhor oferta no mercado? É uma pergunta a fazer a seguradoras e outras prestadoras de serviço, como as de telecomunicações. Tente negociar as prestações que paga todos os meses. "Caso encontre melhor, mude para o valor mais baixo", aconselha Natália Nunes.

05 | LEVAR O ALMOÇO NA MARMITA"Para muitas famílias, existem gastos que vão simplesmente ser eliminados", diz Natália Nunes, "como o fazer refeições fora". Há cada vez mais pessoas a levar o almoço para o local de trabalho. Neste leque de transferências de consumo cabem também os ginásios, que podem ser trocados por exercícios a custo zero, na rua ou em casa. As pessoas vão também ponderar cuidar elas próprias da casa, em vez de pagar a uma empregada doméstica.

06 | DESFAZER-SE DO QUE NÃO PRECISACada vez mais pessoas aderem aos leilões online para ganhar um extra ao vender produtos que já não utilizam: máquinas fotográficas, telemóveis, etc.. O negócio de casas de compra de ouro, colecções ou peças preciosas tem vindo a crescer nos últimos meses, atingindo valores recorde. A tendência é para continuar, contribuindo para a liquidez de muitas famílias 
07 | PROCURAR MAIS DESCONTOS"Em tempos de crise as pessoas devem comparar ainda mais os preços", avisa Natália Nunes. Isto inclui não só optar pelo mais barato, mas também aproveitar cupões e descontos em compras de bens e serviços. Assim, as marcas brancas devem em 2011, mais uma vez, aumentar a sua quota de mercado. A tendência deve ser levada a sério cada vez que vai ao supermercado, mas também noutros gastos que vão ver o orçamento reduzido, como por exemplo, as viagens e férias.
08REDUZIR OS CARTÕES DE CRÉDITO E O SEU USO "Escolha apenas um cartão de crédito, de preferência com programas de desconto em áreas que utilize e corte com os que têm anuidades muito elevadas." É o primeiro conselho que Cláudia Duarte dá a quem frequenta as suas formações sobre orçamento familiar. "Um dos sintomas de quem não faz uma boa gestão é ter a sensação de que não há dinheiro suficiente para tudo" recorrendo desnecessariamente ao crédito. Do i

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