13 abril 2011

SEM CANSAÇO NEM CANSEIRAS





Sem cansaço nem fadigas. O percurso que outrora se fazia
em sete a oito horas, com muitas curvas e contra-curvas, subidas e descidas, 
atrapalhado pelos camiões TIR, que ocupavam parte da estrada, faz-se agora 
em menos de quatro horas. Com dispensa de manobras diversas, de piscas à 
direita ou à esquerda, sempre em quinta velocidade, apenas com as mãos no 
volante e atenção às placas de sinalização. É verdade que os automóveis hoje 
são mais rápidos, mais seguros e poupados no consumo de combustivel. Tudo 
isso contribui para uma viagem cómoda e acelarada. Mas, no meio de tudo isto, 
a grande vantagem está no traçado e no piso das vias de comunicação. A Scut 
ou A-23 que dá acesso ao planalto da Guarda, é uma das novas auto-estradas 
que serve o interior das Beiras -- sempre esquecidas -- e proporciona o acesso 
rápido àquela capital de distrito, servindo de ligação para o norte do país e para 
Espanha. É uma obra muito importante, não apenas pela sua utilidade pública 
mas tambem pela engenharia de pontes, tuneis e movimento de enormes áreas 
de terrenos. Viajando por ali, sentimos que o país progrediu muito; logo que 
saímos, vemos que ainda há muito por fazer nas vias secundárias. Não chegamos 
a sentir que já "estamos ao nível europeu" porque, ao sair da A-23 para as vias 
secundárias das Beiras, somos confrontados com as "misérias", as carências e 
os atrasos na resolução de outros problemas que afectam grande parte das 
populações do interior. Aldeias abandonadas, vilas estagnadas, abastecimento 
de águas insuficiente, saneamento básico incompleto, lixos sem tratamento, etc. 
Ainda não somos iguais aos demais, mas as coisas melhoraram muito.

...Mas os melros pretos do norte da Europa acham que não merecemos essas comodidades...

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