22 dezembro 2011

O LIRISMO DE COELHO

O otimismo de Passos Coelho, que acha que irá a eleições em 2015 e espera por esse ano mágico para baixar os impostos; o seu conselho aos professores, para que estes emigrem (e Paulo Rangel  a pretender a coisa organizada por uma agência de exportação de portugueses); e a fé de que as nossas exportações vão aumentar porque a crise internacional vai acabar brevemente eram um bolo a precisar de uma cereja. Na sucessão de disparates que o desnorteado primeiro-ministro nos tem oferecido, veio mais uma: daqui a vinte anos as reformas vão valer metade... valendo-nos o  facto de o dito não ter demonstrado  lucidez bastante para se poder acreditar nas suas conjecturas.
 Primeira dúvida: em que estudo se baseou Pedro Passos Coelho para fazer esta afirmação que, como é evidente, cria angústia em milhões de cidadãos? Não sabemos. E confessamos que, do que se vai lendo sobre a matéria, não encontramos rigorosamente nada que autorize esta previsão. Ou seja, o primeiro-ministro de Portugal faz, com um assunto tão sério e delicado, conversa de café...
 O que Passos Coelho consegue com estas infelizes declarações é fácil de imaginar: instalar o sentimento de insegurança. Um medo que pode resultar, perante tão deprimente cenário, num aumento da fuga aos descontos para a segurança social. É que o sistema vive de uma ideia simples: pagamos as reformas de hoje porque acreditamos que pagarão as nossas no futuro. Se essa confiança se quebra com umas "bocas" irresponsáveis de um primeiro-ministro o sistema fica em risco. Com esta gente podemos estar sempre próximos de uma tragédia...

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