BRASIL - UM PAÍS EM GUERRA?
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Só nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo a polícia brasileira matou 11 mil pessoas desde 2003. Quem o garante é a organização mundial de defesa dos Direitos Humanos, Human Rights Watch (HRW) num relatório publicado este mês - "Lethal Force - Police Violence and Public Security in Rio de Janeiro and São Paulo".O Brasil regista uma taxa de 47 mil homicídios por ano e, segundo a base de dados do governo brasileiro - Data SUS -, em 30 anos, desde 1979 até 2008, o número de homicídios acumulados é comparável às baixas de países em guerra: um milhão de registos. A Human Rights Watch refere no seu relatório que, apesar do combate policial ser muito difícil, as "mortes extrajudiciais" levadas a cabo pela polícia, esquadrões da morte (normalmente compostos por agentes da autoridade) e milícias, raramente são investigadas e "muito poucas chegam a tribunal".
É a opção pela eficácia: limpam-lhes o sebo e depois seguem-se os trâmites legais sem embaraços nem manobras dilatórias. Mas o nosso querido Brasil dá a ideia de um país em guerra!...Embora pareça que há progressos, no âmbito das matanças, com a existência de um Conselho de Ética para o abate de gado!
Comparando com a situação portuguesa e a acção da PSP e GNR , entre 2003 e 2008, foram registadas 28 mortes em Portugal, concluindo-se que no Brasil por cada 10 milhões de habitantes a polícia mata 570 pessoas e em Portugal, em proporção, matam 4. Tendo em conta as circunstâncias e as diferenças populacionais, a civilidade das nossas polícias é uma evidência e poderão esforçar-se para melhorar esta cifra! É um orgulho para todos nós. Mas estas comparações são errelevantes dadas as enormíssimas diferenças de contexto. Se calhar aquelas cifras de 570 mortes lá e 4 cá...por mera comparação numérica, nem serão muito elogiosas para nós. Basta constatar que raramente a polícia em Portugal é enfrentada pelos marginais. O último caso mais recente de que há memória tratou-se de um meliante brasileiro de arma na mão no assalto a um Banco em Lisboa, com reféns, um deles com a pistola colada à cabeça, o qual a PSP acabou por abater... com transmissão em directo pela TV. Acto que iundignou muito boa gente pela crueza da coisa e pelo risco que correu o refém.
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