A CRISE
CRISE. Seiscentos mil desempregados? SIM. Economia estagnada? SIM. Redução de salários? SIM. Aumento de impostos? SIM. Justiça tribalizada? SIM. Cortes no Serviço Nacional de Saúde? SIM. Educação em roda livre? SIM. Obras públicas paradas? SIM. Dívida pública? SIM. Sobreendividamento das famílias? SIM. Crédito mais caro? SIM. Combustíveis a subir diariamente? SIM. Criminalidade a abrir? SIM. Greves? SIM. Corrupção às escâncaras? SIM. Tudo isto é verdade. Mas é com isto que temos vivido sem um pio.
Então porquê o coro grego? Soares invectiva Cavaco: Não sacuda a água do capote! O PSD propõe a broad coalition. Vera Jardim, habitualmente discreto, dirigindo-se a Cavaco, cita Montherlant: O seu silêncio faz muito barulho... Assis acredita em bruxas: Um acordo é possível. Jerónimo dissocia o chumbo do PEC IV do futuro do governo. Maria João Rodrigues, conselheira da UE, pede um governo de coligação antes das eleições. Hoje mesmo, falando dos Emirados Árabes Unidos (onde se encontra), Sampaio espera que a queda do governo não precipite o país numa situação de total imprevisibilidade...
E assim sucessivamente.
Gente conspícua sugere que a situação é muito pior do que podemos supor. Como ninguém explica, devemos concluir que estamos a um passo da ruptura de tesouraria. Ou seja: no fim de Abril, não haver dinheiro para pagar aos pensionistas, os da Segurança Social mais os da CGA; aos 700 mil funcionários públicos (os propriamente ditos, mais médicos, professores, diplomatas, militares, polícias, etc.), aos trabalhadores do sector empresarial do Estado (Caixa Geral de Depósitos, TAP, RTP, etc.), aos beneficiários do subsídio de desemprego e do rendimento social de inserção, a autarquias, etc. Alguém tem de vir dizer se isto é real ou não. Caso contrário, ninguém os pode levar (e ao Presidente da República em particular) a sério...
da literatura
E o que dizem lá por fora-TSF
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