01 março 2011

MEDINICES E CARREIRADAS




O que as pessoas realmente querem não é conhecimento mas certeza e, certamente por isso, comentadores ilustres, seguindo, literalmente, o pensamento de Bertrand Russell e imaginando-se como ele matemáticos geniais, divertem-se (e divertem-nos) a dar opiniões com a firmeza de axiomas(Olha quem fala!!!). Não precisam de apresentar premissas nem sequer de estabelecer uma argumentação básica. Como Medina Carreira no i de ontem, ao proclamar (afirmar é pouco) que "a regionalização é uma forma de gastar dinheiro". O antigo ministro das Finanças (de má memória-acrescentamos nós) assume, neste como noutros assuntos, uma posição dogmática, filiada no facto de, segundo ele, em Portugal haver "uma cambada de burocratas a quem a regionalização serviria muito bem". Mas, na sua fúria fundamentalista, o notável observador acaba por indicar o caminho: tirar os burocratas da capital, por ser aí que a esmagadora maioria está sedeada, graças a um centralismo que sangra e mirra o país. Gostaria de ver brilhantes analistas a fazer proclamações, de Bragança ou Portalegre, Melgaço ou Lagos, contra as duas faces da mesma moeda que são o PS e o PSD, os quais, desde Francisco Sá-Carneiro, têm andado a desenterrar e enterrar a regionalização e outras coisas, ciosos de uma prioridade: manter o poder segurando bem a gamela. Não importa que, conforme dá jeito, se distorçam os PIDDAC e os QREN, se consolide a desertificação, se opte por um TGV para a Europa que conta. Este Portugal cada vez conta menos e os portugueses que o sentem já não precisam de ir a salto como antigamente. Nem necessitam de um comboio de alta velocidade. Vão, e deixam os centralistas a acabar de destruir a terra lusitana.no i...

 


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