11 dezembro 2011

ILHA DE CAMERON ISOLADA COMO NUNCA

         


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Quando a Inglaterra era vitoriana e o Sol nunca se punha no Império Britânico, um jornal londrino fez esta manchete (ou, se não fez, publique-se a lenda): "Tempestade no Canal da Mancha - o Continente isolado!" Ontem, o jornal popular Sun fez outra manchete: "Toma, Europa!", com Cameron fazendo de zé-povinho, mas, como este não é conhecido na "pérfida Albion" (como se dizia da Inglaterra no tempo de Bordalo), o tablóide pôs o primeiro-ministro vestido à Winston Churchill. Demasiadas tolices! Desde logo, o Reino Unido, hoje, é curto (um só meridiano horário resolve-o). Depois, é mesmo só uma ilha, e nas tempestades quem fica isolado é ela. E, finalmente, um primeiro-ministro é um primeiro-ministro e outro é outro, mesmo quando são os dois britânicos. Dito com mais crueldade, ontem, pelo jornal Guardian (também britânico mas sem gajas nuas na pág. 3): "Ficar sozinho contra todos pode ser um acto de coragem, mas também pode ser uma cretinice. É o caso de Cameron." David Cameron demonstrou na sexta-feira ser um exagero de casting, colocado acima das suas possibilidades. Deixemos os jornais pró e contra da sua ilha, para sermos mais frios, e colhamos opinião de fora. Por causa da actuação de Cameron na Cimeira, o americano New York Times resume: "Big Looser [O Grande Derrotado]". Acertando as horas na velha manchete: "Continua a tempestade do euro no Continente - e a Grã-Bretanha, isolada, já não conta para nada."

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