DOUTOR SOUSA MARTINS
Doutor Sousa Martins |
Dr.
Sousa Martins de seu nome de baptismo José Tomás de Sousa Martins, nasceu em
Alhandra a 7 de Março de 1843, vindo a falecer em Agosto de
1897.
Desde
cedo sua vida não foi fácil, e bastante jovem foi viver para Lisboa.
Empregou-se como
marçano na Farmácia Ultramarina, propriedade de um tio seu, sita na Rua de S.
Paulo, em Lisboa, e que ainda hoje existe. Tornou-se exímio manipulador de
produtos naturais e de praticante de farmácia chegou a farmacêutico. Após o
curso de Farmácia, tirou o de Medicina, e em poucos anos tornou-se uma das
figuras mais marcantes do século XIX.
Foi
professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa. Grande professor, tanto
pelo seu saber, quanto pelo lado humano que transmitia, pelos seus alunos era
muito estimado e mesmo venerado. A estes ensinou que: “Quando entrardes de noite num hospital e
ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o
pobre enfermo e, se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso.”
Mesmo depois da sua morte, as suas lições, coligidas, eram referência
obrigatória.
Foi
um dos médicos mais prestigiados de Portugal, tendo ficado famoso pela sua luta
contra a tuberculose.
Cientista
prestigiado, desfrutou de projecção internacional pelo estudo da tuberculose e
das doenças nervosas.
Afirmou-se
“progressista e ‘maçon’”.
Solteiro, dedicou-se
à medicina, física, química, botânica, zoologia, cirurgia, literatura, poesia,
filosofia, história e oratória.
Defendeu a construção
de sanatórios, afirmando que a zona da serra da Estrela era propícia ao
tratamento da tuberculose. Por isso, o primeiro sanatório construído nas Penhas
da Saúde, por iniciativa de Alfredo César Henriques se chamou Sanatório Sousa
Martins.
A luta contra a
tuberculose expunha-o à doença, nos contactos diários e directos com os doentes
terminais. Detinha-se junto deles, a amenizar-lhes o medo. Muitos morreram de
mãos entre as suas, alguns viram-lhe auras estranhas sobre os cabelos.
O Dr. Sousa Martins
foi atacado pela tuberculose. Alguns dizem que querendo evitar o seu próprio
sofrimento, suicidou-se em 1897. Outros dizem que faleceu de morte natural,
tendo como prova disso a sua certidão de óbito. Os seus restos mortais repousam no cemitério
de Alhandra.
Ao
tomar conhecimento da morte do Dr. Sousa Martins o rei D. Carlos disse: “Ao deixar o mundo, chorou-o toda a terra
que o conheceu. Foi uma perda irreparável, uma perda nacional, apagando-se com
ele a maior luz do meu reino”.
Acerca do Dr. Sousa
Martins, o prémio nobel Egas Moniz disse: “Notável professor que deixou, atrás de si,
um nome aureolado de prelector admirável, de clínico, de orador consagrado,
sempre alerta nas justas da Sociedade das Ciências Médicas.”
O escritor Guerra
Junqueiro definiu-o como um “Eminente
homem que radiou amor, encanto, esperança, alegria e generosidade. Foi amigo,
carinhoso e dedicado dos pobres e dos poetas. A sua mão guiou. O seu coração
perdoou. A sua boca ensinou. Honrou a medicina portuguesa e todos os que nele
procuraram cura para os seus males”.
Reputado
médico e cientista, Sousa Martins chegou a todas as camadas da sociedade. Após a
sua morte, tanto o meio académico, quanto a população tornou-o numa figura muito
venerada. Tendo sido construído o Museu Sousa Martins na sua terra
natal.
Dr. Sousa Martins não
é apenas um nome de médico. Muitos o consideram um santo e dizem que opera
milagres. Amigo dos pobres, desamparados e doentes, o Dr. Sousa Martins deu
origem a um extraordinário culto em Portugal.
Em Lisboa ou na
Guarda, as suas estátuas são visitadas diariamente por devotos que ali depositam
flores, objectos em cera e velas. A ele são pedidas graças, a ele são pedidas
inúmeras intervenções divinas. No Dr.
Sousa Martins são depositadas as esperanças dos que sofrem.
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