23 fevereiro 2012

POLÍTICOS MAL HUMORADOS


                                                                           
humor com o país. Colunas semelhantes a esta multiplicam-se como o vírus da resmunguice, o bacilo do queixume. Mas há bem pior. Maldizer Cavacos ou brutalidades coelhistas... eis hábitos menos perniciosos que um outro: denegrir o pouco que ainda conseguimos fazer bem, insultar quem vai mantendo vivo o nosso nome nas memórias para lá de Badajoz.
Há dias, o Festival de Cinema de Berlim distinguiu duas obras portuguesas. Mas há gente para quem nada disso interessa, pois todos sabem que os nossos artistas são parasitas sem vergonha. Alberto Gonçalves, colunista de um jornal “de referência”, acha que “Por cá, ‘cultura’ é aquilo que indivíduos autodesignados ‘artistas’ ou ‘agentes culturais’ produzem a expensas do Estado.” Isto mesmo sabendo que o cinema tem receitas alheias aos nossos impostos; que muito do nosso património cultural, de Gil Vicente a Guilhermina Suggia, passando por Camões, foi criado por malta que embolsou tenças estatais. Porque mantém o “DN” este one-man-freak-show? Se calhar, é como um zoo com o macaco que atira fezes aos visitantes mais afoitos; uma atracção meio doentia que diverte as mentes embotadas pelo ócio. Facto é que a carreira da criatura já alberga centenas de prosas, sempre medíocres, atribuindo todos os males do mundo a quem é capaz de se elevar dele uns centímetros que seja. Este ódio ao que nos pode redimir é que ainda vai dar cabo de nós.

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