13 abril 2010

FINALMENTE ENTRONIZADO

Passos Coelho foi finalmente entronizado como líder do PSD, num congresso (o XXXIII) pouco interessante e sem novidade.
Em mais uma reunião magna dos laranjinhas (recuso chamar de sociais-democratas os militantes do PSD) talvez as impressões mais salientes tenham sido o aparente abandono da traça conservadora tecida pela ex-líder Manuel Ferreira Leite - agora substituídos pela dinâmica populista e liberal do novo (aqui num duplo sentido) líder -, e a misoginia institucional patenteada pela sua elite, que apenas conseguiu destacar um punhado de mulheres para as dezenas de cargos a assumir nos seus diferentes órgãos políticos.
Esta viragem do PSD para o campo do populismo liberal chega tarde a Portugal (ou melhor, regressa tarde, pois fora já detectada durante o consulado Barroso) e coloca o partido do Presidente da Comissão Europeia finalmente alinhado com a tendência liberal populista europeia. Este fenómeno, muito sentido nos países do Leste e do Centro da Europa - mas também com manifestações na Europa ocidental - é marcado pelo domínio político e cultural de uma corrente de opinião que procura construir um cabaz de políticas públicas à volta da ideia de que o Estado é um mau gestor e um pior patrão.
José Reis Santos, historiador.Económico

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