14 abril 2010

HARMONIA NUM SACO DE GATOS

As cerimónias de entronização de Pedro Passos Coelho, no Congresso do PSD, em Carcavelos, não me pareceram tão translúcidas como nos quiseram fazer crer. As afirmações do dr. Sarmento, ao acentuar, áspero e interminável, as distâncias que deseja manter das decisões do presidente, estão longe de ser, apenas, um intermezzo pícaro ou uma metáfora barroca. Notadamente, o homem apresenta-se de sobrolho carregado. Por seu turno, Paulo Rangel, tímido e pedante, é incapaz de fechar a cara ao desdém ressabiado com que a derrota o marcou, e soletra um sorridente ressentimento através de frases cautelosas e evasivas.É claro que os velhos inimigos de Passos Coelho não se sumiram com a apoteose do vencedor. E os exemplos que amenamente apontei são mais do que sombras das coisas. Alguém em seu perfeito juízo acredita em retrocesso, arrependimento, remorso, contrição daqueles que, durante anos e até há pouco dias, mordiam e arranhavam no homem, com razão ou sem ela? Aliás, os abraços, os beijos, a cordialidade repentina, entre gente que se odeia e despreza, cenas filmadas pelas televisões, com minúcia e gozo, representaram a mais desabusada manifestação de hipocrisia, de cinismo e de falta de escrúpulos já observada nos últimos tempos.Não quero estragar a festa, mas parece-me haver uma insalvável precipitação na coroação de Pedro Passos Coelho - e ele que se cuide...ler mais em DN

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