11 abril 2010

UM LÍDER A TOQUE DE CAIXA?

Será verdadeiramente digno e justo, necessário e salutar que se dê uma oportunidade ao impetuoso Coelho para testar as suas medidas, tais como retirar o Estado dos negócios, privatizar a CGD, Segurança Social, eventualmente a Saúde, Educação, Recursos Hídricos, são sem dúvida razões aliciantes para os eleitores votaram em força no PSD. Se acrescentarmos a tudo isso a brilhante solução anunciada no Congresso por Miguel Frasquilho, que visa a redução dos salários e das pensões da Função Pública, temos aqui todos os ingredientes necessários à vitória esmagadora do PSD com a eventual queda do governo PS e a realização de eleições legislativas antecipadas. Isto é: depois de ter convencido o PSD a adoptar o “choque fiscal” em 2002, Miguel Frasquilho prepara-se para fazer vingar o “choque social”, como lhe chamou Pedro Adão e Silva.
Mas Passos Coelho, inebriado, diz não ter pressa para governar. "Não temos pressa de chegar ao poder, não queremos criar crises políticas artificiais , mas queremos liderar uma alternativa", disse. De seguida, o novo presidente social-democrata lembrou que o partido tem “tarefas importantes pela frente” e deixou críticas ao governo.
E acrescenta“O país está numa espécie de morte lenta económica, o que gera injustiça social, desesperança e desconfiança na sociedade democrática”, disse. “É preciso aliviar os portugueses dos encargos que não são justos. Devemos cortar a despesa pública desnecessária”, defendeu, criticando ainda o actual estado da justiça e falando da necessidade de mais segurança.
É evidente que a situação do país descrita por Coelho, se é verdadeira, exige pressa e não se coaduna bem com a falta dela por parte do candidato a primeiro ministro... em tomar o poder para salvar a pátria em perigo. Esta conversa fiada cheira a mofo e não tem novidades. Acreditamos que o homem é voluntarioso mas pouco mais. E repetimos, será verdadeiramente digno e justo, necessário e salutar que se dê uma oportunidade para o homem mostrar a sua valia, ou se não passará mesmo de uma criação do seu mentor e antigo patrão, o terrível Ângelo — precursor das inventonas, que não se contém e se após o anterior congresso deu logo uma entrevista a Mário Crespo a vangloriar-se da sua obra, agora nem esperou um dia para, através da SIC-N, assumir a paternidade da candidatura de Passos e lhe ter dado a táctica em directo.
Valha-nos Miguel Frasquilho, o vice-presidente da bancada parlamentar laranja com o pelouro das finanças públicas, que veio anunciar que o congelamento dos salários dos funcionários públicos previsto no PEC fosse substituído pela redução dos salários e, igualmente, das pensões. Depois de ter convencido o PSD a adoptar o “choque fiscal” em 2002, Miguel Frasquilho prepara-se para fazer vingar o “choque social”, como lhe chamou Pedro Adão e Silva.
Ainda aqui vamos e já o homem anda a toque de caixa de meio mundo...


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