21 fevereiro 2011

ERA UMA VEZ UM MERCEEIRO








um conto infantil de Andersen
Voltando à vaca fria, ou melhor, ao talhante. Porque esta era a questão - os talhantes que não aparecem num país onde grassa o desemprego... Ontem escrevi uma crónica sobre as palavras de um especialista - Alexandre Soares dos Santos, patrão do Pingo Doce - que procurava talhantes e não os encontrava. Ele disse isso e foi o silêncio (preferiu-se fazer chicana). Eu expliquei, bem explicadinho: Soares dos Santos é um merceeiro com provas mais do que dadas, por que não ouvi-lo sobre uma questão, talhantes, de que ele percebe? O que fui dizer, "merceeiro"! Em 1959, o mítico programa televisivo Cinq colonnes à la une deu este título ao pai dos supermercados e hipermercados franceses: "O merceeiro de Landerneau". Édouard Leclerc não se esquecia que era o que sempre foi quando começou como épicier (merceeiro) na pequena vila bretã (hoje, E. Leclerc é a principal marca de distribuição em França). Mas isso é em França, não é no Portugal dos pequeninos. Merceeiro... O Pingo Doce entra-me todos os dias em casa de forma coloquial e simpática - olhem, como uma mercearia. Pois eu devolvo-lhe a delicadeza, tratando o patrão dele da maneira que merece: respeitando-o. Um merceeiro falando do que sabe. Soares dos Santos fez uma acusação gravíssima e justa ao sistema educativo deste e de todos Governos precedentes: Portugal não forma talhantes. E disso, insisto, não se falou.DN-F.F.

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