PASSOS TEVE DIAS EM QUE SE PORTOU MAL
"O Bloco de Esquerda existe para quebrar o PS ao meio"
CM - O que faria neste momento se fosse primeiro-ministro?
-António Barreto - Ou fazia uma coligação e um pacto nacional de governo de emergência por três ou quatro anos ou pedia eleições imediatas.
- Com quem é que fazia a coligação?
- Creio que com o PSD, não me parece que uma coligação entre PS, PCP e Bloco de Esquerda, uma coligação à esquerda, não creio que resolva qualquer problema, que seja possível. Aliás, é um dos grandes problemas do PS, é que o PS não tem a possibilidade de se coligar à esquerda. Isso é histórico. O PS nasceu contra a esquerda PC, não se pode coligar com o PC, no dia em que o fizer tem um problema com o seu eleitorado. E tem muita dificuldade em se coligar com o Bloco, porque o Bloco existe para quebrar o PS. A função do Bloco de Esquerda é quebrar o PS ao meio.
- Seria ajustada agora uma coligação entre o PS e o PSD?
- Ajustada? É indispensável. Nos momentos de crise é indispensável uma grande coligação. Algumas das minhas desavenças com o dr. Mário Soares, quando era primeiro-ministro em 1976 e eu era ministro, é que eu defendia uma coligação nacional entre o dr. Mário Soares e o dr. Sá Carneiro que permitisse durante quatro ou cinco anos resolver os problemas gravíssimos que nós tínhamos, alguns deles parecidos com os que temos hoje. Os de hoje são piores.
- Seria possível com um primeiro--ministro como José Sócrates?
- É mais importante uma coligação nacional do que a figura do primeiro-ministro.
- Teve dias em que se portou muito bem, teve dias em que se portou muitíssimo mal...
- Quando é que se portou bem?
- O facto de não estar frenético e não estar a perturbar os prazos - é preciso que o Presidente da República tome posse, que o Governo faça a negociação europeia com a senhora Merkel. Mostrou-se contido, não teve aquelas frases insidiosas que se dizem, mostrou-se contido. Acho que não se revelou muito estratega no episódio anterior, do Orçamento. Deveria ter dito muito depressa e claramente o que é que pretendia do Orçamento.
in Correio da Manhãem entrevista a António Barreto
CM - O que faria neste momento se fosse primeiro-ministro?
-António Barreto - Ou fazia uma coligação e um pacto nacional de governo de emergência por três ou quatro anos ou pedia eleições imediatas.
- Com quem é que fazia a coligação?
- Creio que com o PSD, não me parece que uma coligação entre PS, PCP e Bloco de Esquerda, uma coligação à esquerda, não creio que resolva qualquer problema, que seja possível. Aliás, é um dos grandes problemas do PS, é que o PS não tem a possibilidade de se coligar à esquerda. Isso é histórico. O PS nasceu contra a esquerda PC, não se pode coligar com o PC, no dia em que o fizer tem um problema com o seu eleitorado. E tem muita dificuldade em se coligar com o Bloco, porque o Bloco existe para quebrar o PS. A função do Bloco de Esquerda é quebrar o PS ao meio.
- Seria ajustada agora uma coligação entre o PS e o PSD?
- Ajustada? É indispensável. Nos momentos de crise é indispensável uma grande coligação. Algumas das minhas desavenças com o dr. Mário Soares, quando era primeiro-ministro em 1976 e eu era ministro, é que eu defendia uma coligação nacional entre o dr. Mário Soares e o dr. Sá Carneiro que permitisse durante quatro ou cinco anos resolver os problemas gravíssimos que nós tínhamos, alguns deles parecidos com os que temos hoje. Os de hoje são piores.
- Seria possível com um primeiro--ministro como José Sócrates?
- É mais importante uma coligação nacional do que a figura do primeiro-ministro.
"PASSOS TEVE DIAS EM QUE SE PORTOU MUITO MAL"
CM - Tem alguma esperança em Passos Coelho?- Teve dias em que se portou muito bem, teve dias em que se portou muitíssimo mal...
- Quando é que se portou bem?
- O facto de não estar frenético e não estar a perturbar os prazos - é preciso que o Presidente da República tome posse, que o Governo faça a negociação europeia com a senhora Merkel. Mostrou-se contido, não teve aquelas frases insidiosas que se dizem, mostrou-se contido. Acho que não se revelou muito estratega no episódio anterior, do Orçamento. Deveria ter dito muito depressa e claramente o que é que pretendia do Orçamento.
in Correio da Manhãem entrevista a António Barreto
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