16 fevereiro 2011

MANUELA ARCANJO INTERVENTIVA!...





A antiga ministra do PS Manuela Arcanjo lamenta que, em alguns aspectos, o Partido Socialista
não esteja a governar à esquerda e de acordo com aquela que é a sua matriz. "O governo poderia tomar decisões de forma diferente e à luz da matriz do PS. Podia atender a algumas questões que sempre foram preocupações do partido", afirma ao i a antiga governante do executivo de António Guterres, criticando algumas das medidas de contenção que estão a afectar o Estado social.
Manuela Arcanjo, que foi secretária de Estado do Orçamento e ministra da Saúde nos governos liderados por António Guterres, diz que "uma coisa são os discursos a defender o Estado social e outra coisa são as medidas concretas", e dá como exemplo de decisões que foram contra a matriz do PS "as alterações nas regras do subsídio de desemprego", que deixaram muitos desempregados sem protecção social, e "os cortes nas empresas públicas não salvaguardando os hospitais".
"Se calhar nem 50% dos desempregados estão protegidos. Nos países nórdicos fizeram cortes, mas não excluíram franjas da população. Há aspectos em que o PS não está a governar como um partido de centro-esquerda, nem dentro daquilo que é a sua matriz ideológica", diz Arcanjo, defendendo, porém, que o actual governo deve cumprir o mandato, já que "a precipitação de eleições não vai ajudar o país" e é "um sinal externo de instabilidade que levará ao agravamento imediato dos juros da dívida".
Apesar de defender que faz falta à política um clima de estabilidade, que "nunca existiu" desde que o PS perdeu a maioria absoluta, a antiga ministra prevê que "a pouca tranquilidade política vai continuar com tendência para se agravar".

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