31 maio 2011

A INSENSATEZ DE UMA ESPREITADELA

 


O Fundo Monetário Internacional está de volta a Portugal na sema
É obvio que no dia 6 de Abril passado o Governo solicitou ajuda externa para o País. Entre os organismos a quem solicitamos ajuda está o FMI que em conjunto com a UE e BCE elaboraram um Memorando para o resgate financeiro. Os técnicos destes organismos estiveram alguns dias em Portugal onde se inteiraram da situação política, económica e financeira nacional. Sabem, por isso, que o País se encontra na recta final de uma campanha eleitoral, decisiva para a escolha do futuro governo, cujas eleições decorrerão no dia 5 de Junho. Um governo que – não vale a pena iludir a realidade – está condicionado ao cumprimento do memorando elaborado pela referida troika e que os 3 principais partidos portugueses, subscreveram.
Entretanto, embora tenham chegado ao País algumas tranches do resgate acordado, a troika sabe, também, que estando o Governo em gestão de assuntos correntes e a Assembleia da República dissolvida, o País, ao nível dos principais centros de decisão, está em stand by. Não há qualquer acompanhamento técnico a fazer pela simples razão que, formalmente, nada ainda foi decidido.
Seria pelo menos elegante, diplomático e respeitoso deixar o País resolver os seus problemas internos, tranquilamente. Isto sem “pruridos nacionalistas”. Embora devedores para com os organismos apoiantes, não necessitamos – julgo eu - de andar de chapéu na mão. Que saibamos pelo empréstimo, além de drásticas medidas de austeridade, vamos pagar o capital e os juros (por sinal - altos).
As questões políticas domésticas que, neste momento, enfrentamos mereciam ser discutidas em recato pela grande família portuguesa. Apesar das graves dificuldades financeiras, da necessidade de ajuda para ultrapassá-las, da situação de tutela em que vivemos, somos um País do 1º. Mundo. Não precisamos de observadores para realizar eleições.
O adiamento desta visita técnica por uma semana não acarretaria qualquer prejuízo à supervisão do FMI e estaríamos a desfrutar do exercício dos nossos direitos soberanos, sem "espreitas"...

Parece uma “picuinhice”, mas poderá também ser uma inoportuna intromissão!

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