29 maio 2011

LER PARA CRER

 



Todos os dias, bloggers e twitters da extrema-direita à extrema-esquerda insultam adversários políticos de forma soez. Não poupam ninguém: Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, ministros, secretários de Estado, deputados, presidentes dos Tribunais superiores, magistrados, diplomatas, lideranças partidárias, chefes militares, hierarquia da Igreja, autoridades reguladoras, escritores, jornalistas, sindicalistas, polícias, banqueiros, dirigentes desportivos, etc.
Tudo é permitido em nome da liberdade de expressão. Fulano é cabrão, beltrana é lésbica, sicrano é panasca. A liberdade de expressão é sem limites! Lembram-se? Assessores parlamentares fazem da bloga uma abjecção. Sobre Fernanda Câncio já foi dito (entre outras barbaridades) que devia ser afogada. E por aí fora. O Ministério Público não pestaneja.

Porém, o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, não gostou de ler o artigo em que Miguel Pinheiro, director da revista Sábado, compara o discurso de vitória de Cavaco Silva aos discursos de Fátima Felgueiras e Isaltino Morais. Mandou portanto abrir um inquérito. O MP deu procedência e acusou o jornalista de crime de ofensa à honra do Presidente da República. O caso está agora a ser instruído no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. Comentários para quê? (Da Literatura)

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