07 junho 2011

ANA GOMES DEFENDE EXCLUSÃO DE PAULO PORTAS DO GOVERNO

Ana Gomes questiona idoneidade de Portas e faz paralelo com Strauss-Kahn


    A MALDIÇÃO SUBMARINA DE P.P.

A eurodeputada Ana Gomes defendeu hoje em Estrasburgo a exclusão do líder do CDS-PP do próximo Governo, afirmando que está em causa a “idoneidade pessoal e política” de Paulo Portas, e fez um paralelo com o sucedido a Dominique Strauss-Kahn.
 Penso que está em causa não obviamente a legitimidade politica do seu partido, CDS-PP, como resultou das eleições, em governar, em integrar a coligação governamental, mas do dr. Paulo Portas pessoalmente, por a sua idoneidade pessoal e política estarem em causa em face do seu comportamento em anteriores responsabilidades governamentais”, disse, apontando “o caso dos submarinos e outros casos”.
 Falando em Estrasburgo à margem da sessão plenária do Parlamento Europeu, a eurodeputada socialista, quando confrontada com o facto de Paulo Portas nunca ter sido condenado judicialmente e não haver assim nada que o iniba de integrar o futuro Governo, respondeu que “também não havia nada que inibisse o senhor Dominique Strauss Kahn de ser diretor do FMI”.
 “E, no entanto, toda a gente sabia que o senhor Dominique Strauss Kahn tinha comportamentos pessoais altamente reprováveis, que tinham repercussões na sua vida politica e profissional, e que poderiam ser comprometedores para o seu pais, que hoje passa por uma tremenda humilhação”, afirmou.
 Ana Gomes considerou ainda mais preocupante a possibilidade de Portas vir a assumir a chefia da diplomacia portuguesa no futuro Governo PSD/CDS-PP, justificando que “os ministros dos Negócios Estrangeiros são particularmente vulneráveis à atuação de serviços secretos estrangeiros e de governos estrangeiros, com chantagens de todo o tipo”.
 É uma posição particularmente vulnerável quando há aspetos questionáveis de comportamento pessoal ou político, e naturalmente isso deve ser levado em conta”, acrescentou.
 Ana Gomes disse que estas questões não devem por isso ser ignoradas “por quem decide politicamente ao formar uma coligação governamental que se pretende que seja estável e inquestionável”.
 A eurodeputada disse estar preparada para “enfrentar as consequências” das suas declarações, mas disse sentir ser seu “dever de cidadania dizer aquilo que muitos sabem e calam”.
Contactado pela Lusa, o CDS-PP escusou-se a fazer, para já, qualquer comentário a estas
declarações.

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