07 junho 2011

A TRAGÉDIA GREGA

                                                   
A tragédia grega conta-se em dois parágrafos. Quando o socialista Papandreou chegou ao poder em Outubro de 2009, descobriu que o seu antecessor, o conservador Karamanlís, primeiro ministro entre 2004-09, utilizava o métido da caixa dois. Uma para Europa ver, outra colada à realidade. A Europa fingia que acreditava porque dava jeito aos bancos alemães abrirem os cordões à bolsa. Depois veio o resgate que não impediu a Grécia de estar à beira do default. Ao pé da Grécia, Portugal é uma espécie de Dinamarca ao sol.
O resgate tem sido duríssimo. Habituados a 15 salários por ano, prebendas de vária ordem e peculiares estatutos de reforma antecipada (as cabeleireiras e os desportistas de alta competição estão equiparados), os gregos trazem as ruas a ferro e fogo há catorze meses consecutivos. A cada três semanas, técnicos do BCE e do FMI vão a Atenas conferir as contas. Aparentemente para nada. Louka Katseli, ministra da Segurança Social, disse ontem que há dezenas de milhares de gregos que, apesar de estarem mortos, continuam a receber as respectivas pensões de reforma (estão identificados 4500). E outros dez mil com mais de cem anos que é preciso investigar. Ao pé disto somos uns meninos de coro.

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