15 junho 2011

OS VOOS LÍRICOS DE BARRETO

                                    
Vasco Pulido Valente,
O renascimento da oratória
«À falta de melhor, os portugueses sempre gostaram de oratória. [...] Os voos líricos de Barreto não nos fizeram compreender melhor a situação do país, nem propuseram nada de prático ou de útil. [...] Em contrapartida, esclareceu que se deve mudar a Constituição, que, na opinião dele se tornou “anacrónica, barroca e excessivamente programática”, uma ideia que não fica mal a ninguém e que se distingue pela sua absoluta impossibilidade. E voltou também à sua obsessão de infância, o círculo uninominal, a que atribui virtudes miraculosas. Nunca lhe ocorreu que o círculo uninominal iria entregar a Valentim Loureiro e à sua estirpe a escolha e o domínio do Governo, como já entregou as câmaras [...] e os partidos [...] Mas presumo que Barreto não liga a esses pormenores terrenos. Um homem que acaba um discurso oficial tratando Portugal por “tu”, numa longa fuga lírica e tremelicante, está com certeza destinado à santidade cívica.»  daquidaliteratura
Na foto A.Barreto, com Soares, antes de aderir ao do Pingo Doce...

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