15 junho 2011

PROFETAS E PROFECIAS DA CRISE





Profecias da crise


Nouriel Roubini, professor da Universidade de Nova Iorque, avisa para o perigo de, sob as condições ‘certas’, a economia mundial entrar em colapso, a partir de 2013. Os problemas orçamentais dos Estados Unidos, o eventual abrandamento económico da China, a reestruturação da dívida europeia e a estagnação do Japão, aquilo que apelida de uma ‘tempestade perfeita’, podem combinar-se de forma catastrófica, garante um dos homens que previu a crise financeira de 2007-2009.

Ouvi o Medina Carreira explicar porque estamos tramados. Com a globalização, as industrias menos tecnológicas transferiram-se para os países de terceiro-mundo, enquanto as mais emblemáticas ficaram nos países mais ricos do centro da Europa. Para nós e os outros países periféricos não sobrou nada. Qual a solução, perguntou-lhe a jornalista, e ele já ia a dizer que não sabia, mas rapidamente mudou de ideias e transferiu as culpas para o nosso sistema político. Isto no dia em que a União Europeia convocou uma cimeira de urgência dos Ministros da Economia, o rating das dividas dos países cai e os juros batem recordes.
Parece evidente que o mal não está só nas políticas que se seguem, mas especialmente no sistema global em que nos meteram. O sistema é inviável para muitas pequenas economias e ou se muda ou isto tudo dá um enorme estrondo um dia destes. Já tenho alertado para as lições da história e para um possível conflito a nível, agora não mundial, mas global. As duas anteriores grandes crises económicas do século XX acabaram em grandes guerras. (Crise de 1909 - Guerra de 1914 e crise de 1029 - Guerra de 1939). Não acredito em destinos traçados, mas acredito que se nada fizermos, as mesmas causas acabam por produzir consequências iguais.

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