05 setembro 2011

A MIRAGEM DO FIM DA CRISE



                                                                                   
O Primeiro-ministro fez hoje uma espécie de anúncio do fim da crise, apontando 2012 como o ano “do princípio do fim da emergência nacional”.
O Governo estima que se mantenha a receita fiscal prevista e, como tal, “não seriam necessários mais aumentos de impostos”. Mas há um se: “A não ser que haja algum evento que não decorra das nossas acções, que seja imposto por condicionantes externas.”
Ou nos enganamos muito ou o fim anunciado para 2012 não vai passar do principio do fim. Muitos já estarão desempregados, outros tão pobres que não haverá emergência nacional que os salve. Para mais, os pressupostos que coloca para não haver mais aumentos de impostos não convencem ninguém. Primeiro o de que a receita fiscal se mantenha nos mesmos níveis é impossível com as falências que se anunciam e o aumento de desemprego que se prevê. Com menos negócio, menos investimento, menos consumo, mais desemprego e salários mais baixos a colecta de impostos só pode baixar e depois porque parece inevitável que surjam condicionantes externas. Basta ouvir o alerta da directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, para o risco “iminente” de a economia mundial entrar em recessão. Culpando o passado para os aumentos de impostos que fez, já anuncia as desculpas que justificarão os próximos aumentos...

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