08 setembro 2011

UM GUINHOL DE INTERESSEIROS

NÃO ESQUEÇAS: VOTA PPD
Filipe Nunes Vicente, Quando largos anos têm cem dias. Excerto, sublinhados meus:

«Quando MFL venceu Passos Coelho nas directas, a facção compreendeu rápido. [...] À cautela, a facção tratou de fazer o trabalho. Pelo país, Passos anunciava TGV’s de mão de obra nacional, Nogueira Leite desancava nas propostas económicas da equipa de MFL, o DN funcionava como um eficente jornal de campanha (com os tais jornalistas isentos que hoje são assessores ou passistas final e ferozmente assumidos). Os mais imaginativos até viram no Belemgate a machadada final no PSD de Manuela.
Quando a crise apertou e sete anos de PS socrático estiolavam, a facção amolou a faca. Na altura certa, deu o golpe com a colaboração da esquerda parlamentar. Um rio de promessas, todos os cortes eram fáceis, as políticas a seguir eram óbvias, a mudança uma coisa genética e auto-evidente. O desmentido passa ser um modo de vida, mas a facção pode bem com isso.
Quando estão quase a passar cem dias, a facção faz, agora sim, uma
grimace. Refila porque ele há muitos barões que falam demais. Estas coisas é que interessam à facção, nascida para a mecânica das distritais e alçada nas agências de comunicação. É natural, porque uma facção (não confundir com o governo todo, porque há lá gente de bem) não deixa de ser um guinhol de interesseiros só porque uma crise económica a enfiou no poder. Não entendem, revoltam-se, encomendam artigos, blogues, posts.
Quando a poeira assentar, uma coisa é certa: uma facção no poder só tem uma fracção do poder


[A cacha é do Público de hoje. Clique na imagem para ler.]
Publicado no magnífico Da Literatura

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