26 dezembro 2011

MEMÓRIAS DE FACTOS EXTRAORDINÁRIOS...




Na inimitável croniqueta que escreve na página 3 do outrora luminoso Sol, o pequeno grande arquitecto descreve como escapou a uma carreira de larápio de futuro incerto.
Diz Saraiva que, nos anos 60 do século passado, os estudantes fugidos à guerra colonial se entretinham a roubar livros em Paris. Ele, à cautela, colocou o problema à consideração superior:
    "Uma noite, em conversa com o meu pai - que nessa altura também vivia exilado em Paris -, falei-lhe do assunto e ele respondeu:
      - Essa justificação é puramente oportunista ["roubar é revolucionário"]. Para todos os efeitos, trata-se de um roubo. E uma pessoa não deve roubar, não por causa dos outros, mas por respeito para consigo própria.
    Nunca esqueci esta lição. Se porventura estivesse tentado a ‘subtrair’ um livrito na Gibert ou na Joie de Lire, a tentação morreu ali."

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