MANUEL ALEGRE NO FUNCHAL
Manuel Alegre afirmou no Funchal que "as forças da direita em Portugal, apoiadas pelos grandes interesses económicos, beneficiando da crise, querem, pela primeira vez desde o 25 de Abril, o poder todo".
Manuel Alegre discursava no Funchal, no jantar-comício de pré-campanha para as eleições presidenciais, que considerou ser o maior encontro do género "alguma vez realizado pela esquerda na Madeira depois do 25 de Abril".
"O que está em jogo é que as forças da direita, apoiadas pelos grandes interesses, beneficiando da crise, querem, pela primeira vez desde o 25 de Abril, todo o poder, a Presidência da República, a Assembleia da República e o Governo da República e têm um programa político que visa a destruição dos direitos sociais e serviços públicos que estão consagrados na Constituição", disse.
O candidato insistiu que o seu adversário Cavaco Silva, apoiado por PSD e CDS-PP, tem de responder ao desafio que lhe fez para esclarecer a situação relacionada com o BPN (Banco Português de Negócios).
"O problema não é a atual administração do BPN, é a administração anterior, que provocou o escândalo financeiro que já custou mais de 5 mil milhões de euros ao povo português", sublinhou.
"O problema é o de um banco que teve uma gestão danosa, um banco fundado pelos amigos políticos do atual Presidente da República", sustentou.
Cavaco Silva, "se tem um compromisso com a verdade, tem que dizer a verdade toda, assim o exige a ética republicana e a transparência democrática. Tem que responder à pergunta que fiz e não pode remeter para um site , critica Alegre.
"Um candidato à Presidência da Republica fala aos portugueses olhos nos olhos e responde aos portugueses pela sua vida, pelas suas ações e atos públicos", realçou.
Alegre destacou que a presença de 2500 pessoas neste jantar-comício é "um sinal de mudança" e "uma prova de que não há donos da Madeira".
"Estamos a mudar a história aqui na Madeira e vamos mudar a história destas eleições presidenciais em Portugal. A segunda volta começou hoje aqui no Funchal", declarou.
Manuel Alegre assumiu ser um "partidário das autonomias", argumentando que "é uma das grandes conquistas da democracia portuguesa, que não foi conquistada por [Alberto João] Jardim [líder regional], mas pelos povos insulares e pelo 25 de Abril".
Referiu ainda que se o seu principal adversário "fala de magistratura ativa agora é porque a dele foi passiva"e considerou que Cavaco Silva "é especialista" em criticar a atuação dos outros políticos. "Ele nunca tem responsabilidades, nunca se engana, ele é sempre o único que tem razão", criticou.
E concluiu: "Eu compreendo Alberto João Jardim quando falou contra a abstenção e os perigos da segunda volta. Ele está preocupado e tem razões para estar preocupado, é um sinal de que a Madeira está a mudar, de que a Madeira quer mudança e é um sinal de que a vitória é possível."
AMB/EC
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