UM PRESIDENTE NÃO É CARNE NEM É PEIXE
falso que não haja debate político nas presidenciais. Falou-se, e bem. Mas não foi nenhum dos candidatos. Quem disse o que havia para dizer foi António Barreto, ontem, em entrevista ao DN: "Um Presidente não é carne nem é peixe." O entrevistado diagnosticou os sintomas e propôs a cura: "O estado mais acabado de uma democracia evoluída, sólida, consistente." Isto é, o Parlamento como principal órgão de soberania e o Presidente eleito indirectamente, pelos deputados. A defesa do parlamentarismo já foi feita por alguns mas, para mim, o mérito de Barreto foi lembrá-lo, agora, quando estão patentes os desméritos da nossa variante. O país está convidado a escolher entre dois políticos medíocres, Cavaco Silva e Manuel Alegre. Um deles vai ser eleito não para muito, mas vai sê-lo para o demasiado que lhe permite ter o país suspenso dos seus discursos de pitonisa (não sem razão, todos, desde Eanes, falaram assim). Dir-me-ão que a mediocridade dos políticos não se esgota nos presidenciáveis. Pois não, mas os outros são escrutinados pelos seus partidos, que têm mecanismos para substituir os líderes. Já Cavaco e Alegre puderam, ambos, fazer reféns os próprios partidos, com candidaturas impostas às respectivas direcções. Chegados a candidatos, apresentam-se a votos com o vazio que esta campanha mostra. E tudo para uma função nem carne nem peixe. Que desperdício. Sim! Desperdício até de quem perde tempo a editar postagens nos bloques... tudo para no final vermos uma espécie de bróculo a ocupar o Palácio de Belém... com o caso das famigeradas acções às costas que bem pior do que a venda das mesmas com 140% de lucro é a suspeita de que não houve compra mas doação. É que se não demonstrar que comprou, é porque houve oferecimento.
Se Cavaco Silva tivesse 50% da honestidade de que se arroga, saberia que a mentira não resiste à verdade.
(“You may fool all the people some of the time, you can even fool some of the people all of the time, but you cannot fool all of the people all the time.” Abraham Lincoln.)
Se Cavaco Silva tivesse 50% da honestidade de que se arroga, saberia que a mentira não resiste à verdade.
(“You may fool all the people some of the time, you can even fool some of the people all of the time, but you cannot fool all of the people all the time.” Abraham Lincoln.)
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