03 setembro 2011

ANTÓNIO PINGO DOCE - COMPADECIDO




António Barreto defende alargamento do prazo do acordo com a 'troika'
- O sociólogo António Barreto defendeu hoje o alargamento do prazo do acordo com a "troika", considerando que os resultados a prazo seriam os mesmos, mas com menos esforço e violência para os portugueses.
"Estou convencido, sem ser especialista em economia, nem em finanças, que o que está a ser exigido a Portugal, aos portugueses, em três anos, deveria ser feito em cinco anos ou seis, porque daria os mesmos resultados e com um pouco menos de violência, de esforço", afirmou António Barreto, em declarações aos jornalistas no final de um almoço na Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide até domingo.
Retomando o discurso feito durante o debate com os alunos da Universidade de Verão do PSD, António Barreto admitiu que o Governo poderá estar a querer ir ainda mais longe do que aquilo que foi acordado neste primeiro ano, para depois "poder dilatar o caminho a seguir e, em vez de serem mais dois anos, serem mais três ou quatro".
 "Este programa pode dar efeitos, pode ser menos violento, pode ser menos ríspido com a sociedade se isso for feito em cinco anos, seis anos, os resultados a prazo serão tão bons ou melhores do que assim", tinha defendido o sociólogo durante o debate com os alunos da Universidade de Verão do PSD.
Questionado se entende que já se chegou ao limite do que pode ser pedido à classe média, António Barreto recusou a ideia de uma "classe média transformada numa espécie de sofredora número um", apesar de admitir que "talvez não haja equidade".
Contudo, frisou, o que é essencial nos próximos anos é a atração de investimento e, nesse sentido, deve ser feito "tudo sem exceção para atrair investimento".
Ainda durante o almoço, e em resposta a uma pergunta dos alunos, António Barreto admitiu a possibilidade de virem a ocorrer convulsões na sociedade portuguesa, embora a prazo.
"Não é para amanhã, não é para depois", notou, reconhecendo, porém, que "há risco a prazo maior de alterações importantes".
O Estado português negociou com a "troika" internacional, constituída pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia, uma ajuda externa ao país no valor de 78 mil milhões de euros.

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