A IMPUNIDADE DOS ARRUACEIROS
Ainda sobre as agressões a VITAL MOREIRA, as reacções foram (ou acabaram por ser), na generalidade, de desaprovação, com a notória e iniludível excepção da direcção do PCP. Mas uma questão foi pouco ou nada abordada: a da natureza do sucedido. Essa natureza foi aliás diluída na reacção dos próprios visados, que elidiram a sua componente mais óbvia: a de crime contra a liberdade e a integridade moral e física, e portanto de caso de polícia. É um erro. Conduzir as agressões e injúrias para o plano político-partidário e exigindo apenas por elas um pedido de desculpas opera, paradoxalmente, uma espécie de banalização da violência. Mais: permite que o caso se instrumentalize numa troca de galhardetes e acusações que chegou ao ridículo dos pedidos de desculpas cruzados.Seria, é claro, interessante saber onde andavam as autoridades policiais que em regra são deslocadas para a zona de manifestações. E é de lamentar que a bateria de jornalistas presente no local não tenha tido a presença de espírito - e a coragem - de questionar agressores e injuriadores. Mas as autoridades teriam decerto a maior facilidade em identificar os envolvidos a partir das muitas imagens de TV disponíveis. Aí saber-se-ia, sem sombra de dúvida, quem são e, pela sua boca, os motivos que os moveram.
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