04 maio 2009

VASCO GRANJA


Vasco Granja morreu esta madrugada em Cascais (1925-2009)
Vasco Granja, divulgador de banda desenhada e do cinema de animação em Portugal, morreu esta madrugada em Cascais. Tinha 83 anos. Autodidacta e com múltiplos interesses culturais ao longo da sua vida, Vasco Granja nasceu em Campo de Ourique (Lisboa) a 10 de Julho de 1925. Começou a trabalhar, ainda muito novo, nos antigos Grandes Armazéns do Chiado, e depois ao balcão da Tabacaria (Casa) Travassos, na baixa lisboeta, que consideraria, anos mais tarde, a sua universidade. O seu interesse pelo cinema surge na adolescência e aos 16 anos chegaria a ser admitido como segundo assistente de fotografia no filme “A Noiva do Brasli”.
A sua actividade de divulgação da banda desenhada intensifica-se a partir do aparecimento da edição portuguesa da revista “Tintin”, em Junho de 1968, onde escrevia e traduzia artigo, além de ter a responsabilidade da secção de cartas aos leitores. Foi director da segunda série da revista “Spirou” (edição portuguesa) e coordenador da edição de banda desenhada da Bertrand. Animou o “Quadrinhos”, um dos primeiros fanzines surgidos em Portugal, em 1972. Esteve ligado à fundação da primeira livraria especializada de BD em Lisboa, O Mundo da Banda Desenhada, em 1978.Em 1974 e 1975 integra o júri do Salão Internacional de BD de Angoulême. Depois de 25 de Abril de 1974, Vasco Granja manteve um programa regular sobre cinema de animação na RTP, que teve mais de 1000 emissões e divulgou sistematicamente as grandes escolas internacionais do género. Estava reformado desde 1990.
Carlos Pessoa-PÚBLICO
Recordamos Vasco Granja dos primeiros tempos da RTP nos Açores e dos seus programas de divulgação de desenhos animados(banda desenhada, designação por ele divulgada), a sua figura gentil, de palavra escorreita que nos prendia, atentos e interessados, pelo tema de que falava sempre com verdadeira paixão. Foi com os programas do Vasco que meus filhos contactaram com a magia dos "bonecos animados" e os ajudaram a entrar nesse fantástico mundo da fantasia. Sentidamente recebemos a notícia da morte de alguém que deixou um legado à sociedade e uma marca indelével na nossa memória. Paz à sua alma.

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