28 junho 2011

TIRO AO ÁLVARO, PERDÃO, AOS SINAIS

O Álvaro


Atirada à James Bond, "Álvaro, chame-me Álvaro", do ministro da Economia pertence à família do "hospedeira, sente-me em classe apertadinha", do primeiro-ministro. São medidas gratuitas. Mas quem disse que as medidas boas têm de ser caras? Bem fez o ministro que se vai ocupar da Economia, do Comércio, da Indústria, do Turismo, das Obras Públicas, dos Transportes, das Comunicações, da Energia, da Habitação e do Emprego, bem fez ao preferir maior largura nas funções do que no cartão de visitas do cargo (ele pede para não ser tratado por ministro). A tradição nacional é ao contrário, é o de muita jactância pelo posto e pouca exigência no trabalho. Ora, é altura de nos desfazermos desses hábitos que nos têm atrasado a vida. Com medidas como as viagens em económica talvez se poupe pouco, mas não é esse o ponto. Ao prescindir do seu bilhete em executiva, Passos Coelho condenou os seus directores-gerais a serem menos gulosos na próxima mudança da frota automóvel, e assim por diante. Ao pedir um tratamento informal, Álvaro Santos Pereira não convida o porteiro do ministério a tratá-lo por Barito. Mas, num país em que a dupla consoante é meio caminho para entrar nos conselhos de administração, ele fez uma revoluçãozita ao sublinhar o nome próprio (onde mora o mérito dos homens). Em todo o caso, repita-se:
-estes sinais, se pararem aí, não valem nada.

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