24 janeiro 2012

Filhos da Crise: Oportunidade e Oportunismo

Já se sabe que não há ocasião que não tenha o seu ladrão. Mesmo com as coisas a piorarem de dia para dia deve haver gente (tenho algum rebuço em chamar-lhes pessoas) que estão a ganhar com a crise e à custa dos outros. Isto é velho como o mundo...Já nas campanhas Napoleónicas havia industriais franceses a ganharem dinheiro à custa do calçado deficiente que mandavam para a frente russa...
E não houve guerra mundial ou período de racionamento que não tenha visto "florescer" a  classe social dos pantomineiros do mercado negro, que roubavam aos militares - muitas vezes com o acordo pago a peso de ouro de alguns deles - para vender aos civis, com lucros enormes. Alguns (poucos) foram enforcados. Muitos fizeram fortuna.
Na altura em que estamos - e por muito que digam ainda não chegámos a esse ponto do mercado negro, das leis marciais  e dos enforcamentos dos mixordeiros e ladrões - são sobretudo oschicos espertos que começam a pulular por este Portugal.
O caso que discuto e do qual começo por fazer aqui um enorme "proviso": sendo verdadeiro como parece que é e foi relatado pela TSF hoje mesmo, enche-me de tristeza e de vergonha. 
Segundo parece, terá acontecido que uns senhores vendedores da MEO,  lá para cima, em aldeias de Trás-os-Montes, desataram a enganar os pobres tristes que ali moram àcerca do fim das emissões da TV e da "necessidade imperiosa" de fazerem contrato com a MEO, sob pena de "chegar o 1º de Janeiro e já não terem televisão em casa".
Fazer o contrato fizeram todos, ou quase todos...O pior foi começarem a chegar as contas ao fim de cada mês.. Em vez dos 8 ou 9 euros que lhes tinham prometido antes de assinar, a faturazinha chegava aos vintes e tais... Todos os meses. Isto para gente que se calhar tem 300 euros por mês para viver...
"Mas assinaram os contratos",dirão alguns.  Assinaram sim. E alguém os elucidou sobre a matéria? Saberiam que pagando 90 euros (ou menos) uma só vez, teriam a TV em casa como antigamente? 
Estas coisas são das poucas que me fazem ter ideias  de "vigilante" ou de "vingador"... Ludibriar desgraçados que já mal têm para comer? Muitos (quase todos) a bater nos "oitentas"?
Bem, não digo que se ergam outra vez as forcas nos cruzeiros, como nas guerras liberais, mas uns sopapos à moda da Beira Alta ? Só se perdiam os que caíssem no chão... Há tanto pau de marmeleiro a estragar-se por aí, sem uso...
Raúl Moreira

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