09 novembro 2009

UMA PERGUNTA A PINTO MONTEIRO

Não é corrupção gerir as investigações em função do calendário político? Poderá não ser no sentido económico e nos termos do Código Penal, é apesar de uma forma de corrupção não penalizada não deixa de ser bem mais grave do que receber uns milhares de euros a troco de favores.
Se os corruptos estão a destruir a democracia descredibilizando os políticos, a actuação do Ministério Público é bem mais grave pois não só descredibiliza a classe política julgando gente na praça pública e sem que as vítimas se possa defender e, pior do que tudo isso, descredibiliza a própria democracia abrindo o caminho à defesa da ditadura.
Pinto Monteiro Procurador-Geral da República desde a implantação da democracia e desde o 25 de Abril que é o político que maiores prejuízos causou à democracia. Se defendo que o administrador da REN deve pedir a suspensão de funções tenho de defender a demissão de Pinto Monteiro, A suspensão de Penedos é indispensável á transparência da REN, a demissão de Pinto Monteiro é indispensável por uma questão de higiene da democracia. Se Penedos é suspeito de cometer crimes, Pinto Monteiro é o responsável pelo Ministério Público e, por conseguinte, o responsável pelas fugas cirúrgicas ao segredo de justiça.
Dr. Pinto Monteiro, tenha a coragem de seguir o exemplo de Armando Vara e demita-se.

E em sequência chamemos à colação a seguinte crónica, íntima do assunto vertente:
«Ia este ano a começar e escrevi aqui uma crónica em que disse: se o homem gamou, julguem-no e prendam-no. Se. Caso contrário desamparem-me a loja. O homem era José Sócrates. Vai o ano para o fim e recomeça a ladainha. No princípio do ano era Freeport, história cheia de vagos primos. Mas no que toca ao primo dos primos - aquele que me interessa, porque lhe pago para me governar - nada de processo.
Portanto, não é que não se tenha provado, é ainda menos do que isso: não houve nada que indicasse que José Sócrates tenha gamado (na vasta gama de gamar que o termo comporta) no caso Freeport. Mas o primeiro-ministro de Portugal não pôde dedicar-se ao que devia porque foi sujeito a pertinaz e insidiosa onda de acusações (quando não era ele recebendo por de baixo da mesa, era a casa comprada com favores, quando não era a compra da casa, era a sisa paga baixa, depois a casa da mãe...) E disso? Nada. N-a-d-a.»
[Diário de Notícias]

Este País está infrequentável! E não é pelas razões invocadas pelo inglês que se queixava dos porcos feios e maus, supostamente a ralé portuga. Agora é talvez a fina flor que emporcalha esta coisa toda. Já se sente o cheiro das fogueiras de um novo santo ofício sem piedade.Se aqueles era por questões de fé, estes que não perderão tempo com o transcendente, que matéria os moverá?

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