22 outubro 2011

Conferência no Porto
diz Rui Rio:NÃO É POSSÍVEL GOVERNAR O MINISTÉRIO DA ECONOMIA 
“O ministro da Economia começa a ser atacado e o mal não está nele, que é um senhor capaz, o mal está num ministério que não é possível governar”, disse nesta quinta-feira à noite o presidente da Câmara Municipal do Porto.

Rui Rio acrescentou, no Porto, que o “primeiro-ministro teve oportunidade de fazer um Governo equilibrado” e acabou por criar “dois ministérios, o da Agricultura e da Economia, que são praticamente ingovernáveis, nem que se ponha lá um super-homem”.
O autarca falava minutos antes de dar uma conferência sobre o tema “Política e economia: ideias para enfrentar a crise”, integrada no projecto “Porto de Desafios”, do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, no âmbito das comemorações dos 125 anos desta escola.
“Aquilo que eu acho é que aqueles ministérios têm de, outra vez, voltar a ser partidos em dois, para que os titulares dessas pastas possam fazer um bom trabalho, caso contrário aquilo não é gerível”, continuou, na sequência de uma pergunta sobre as consequências da anunciada fusão das transportadoras públicas de Lisboa e do Porto.
Rui Rio respondeu que a Junta Metropolitana do Porto, de que é o presidente, “pediu uma audiência o ministro da Economia”, Álvaro Santos Pereira.
Por sua iniciativa, falou depois sobre a dimensão actual tanto do Ministério da Economia, que agora tutela ainda o Emprego, as Obras Públicas e os Transportes, como do da Agricultura, que gere também o Ambiente e o Ordenamento do Território.
Rio não queria criticar “antes do tempo”
O autarca portuense aconselha o Governo a “fazer rapidamente aquilo que sempre devia ter feito”, não olhando, por isso ao número de ministros, “porque isso não interessa para nada”.
“O que é importante é ter um número de ministros e as pastas adequadas ao que são as necessidades do país”, porque, “de certa forma até injustamente, está-se a atacar o senhor [ministro da Economia] quando é impossível a tarefa que lhe é pedida e esta é a questão de fundo”, continuou.
Rui Rio explicou que “não disse nada de início” sobre a opção do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por um Governo com menos ministérios do que o anterior, porque isso podia ser visto como “uma crítica antes do tempo”.
“Mas agora deve dizer-se: por favor, altere-se esta orgânica de Governo, porque há particularmente dois ministérios que são praticamente ingeríveis”, insistiu.
Em sua opinião, “o país pode sofrer indevidamente as consequências de se dizer que queremos ter poucos ministros”.
O presidente da Câmara Municipal do Porto considerou também que “não há um culpado” apenas pela crise em que o país está mergulhado, afirmando que “há muitos culpados e não são todos do mesmo partido”.
A crise que se abateu sobre Portugal “não é tanto económica, mas é, acima de tudo, uma crise política”, defendeu Rui Rio. “A crise económica é uma consequência da crise política” e esta tem “30 anos”, acrescentou ainda o autarca

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