18 novembro 2011

DA SEITA DOS CARAS DE CU À PAISANA

INCLASSIFICÁVEL



Lembram-se com certeza da fronda contra o fecho de escolas. No tempo de Sócrates, o ministério da Educação decidiu (a meu ver, bem) encerrar escolas com menos de 20 alunos. Caiu o Carmo e a Trindade. Na televisão, pastoreado por Crespo, Nuno Crato, CEO do Taguspark até ir para o governo, disse da medida o que Mafoma não disse do toucinho. Assim que chegou a ministro, Crato mandou fechar 266 escolas, ficando 334 sob análise. Destas, fecharam já 32. Ontem, ouvido no Parlamento no âmbito do debate na especialidade do OE 2012, afirmou: «Estamos a prever encerrar uma parte substancial das mais de 400 escolas que sobraram.» A aritmética não bate certa porque o padrão-Crato é outro: em vez de escolas com menos de 20 alunos, a razia passa a afectar escolas com mais de 21 alunos. Mais de. Um burocrata qualquer deve ter feito um estudo que demonstra como a mudança do tecto promove a extinção de mais umas dezenas de escolas. Em si mesma, a decisão de encerrar escolas com poucos alunos (e sem condições) é boa. Os ziguezagues de Crato é que são inclassificáveis.

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