15 junho 2009

O PS TEM MUITO PARA FAZER...

"O governo tomou muitas medidas ajustadas às necessidades do país. Mas o PS vai ter de explicar as suas decisões aos cidadãos, sem comportamentos sobranceiros. Manuel Alegre tem dito que é preciso ouvir a rua e o PS tem de saber ouvir e falar ao coração das pessoas", diz Maria de Belém.
Mais do que o conteúdo político, a acção do governo até Setembro poderá ser marcada por uma atenção redobrada ao estilo. Os elementos da comissão política contactados pelo i rejeitam a ideia de que a reunião possa ser marcada por divergências. É o caso do ex-ministro da saúde, Correia de Campos. "Espero uma reunião tranquila, porque as grandes linhas do rumo que o PS quer para o país são absolutamente consensuais. E não é um consenso forçado. É um consenso que resulta do bom senso", diz. Para Duarte Cordeiro, secretário-geral da JS, terá sido mesmo "o falhanço da comunicação" a explicar a derrota nas europeias. "O PS está a dar as respostas adequadas à crise, mas há uma falha comunicacional. Temos de melhorar a capacidade de explicar os benefícios que, nalguns casos, as pessoas ainda não estão a sentir na sua vida pessoal", defende. (Jornal i)
É muita conversa fiada que não se reflecte na vida dos eleitores. É certo que nada se ganha em entregar votos ao Bloco de Esquerda que os transforma numa inutilidade completa relativamente a quem lhes confiou esses votos. Mas o bom senso é difícil de fazer carreira nestas situações. Há o desespero de causa sobretudo em muitos servidores do Estado que se apetrecharam de competências técnicas e de habilitações médias e superiores para o que muitos foram aliciados sem que, depois, lhes tenha sido reconhecido o direito a uma melhoria da remuneração e ao devido ajustamento de carreiras e categorias. Trata-se de quadros dos serviços de saúde e serviços técnicos afins, muito politizados e influentes socialmente, aos quais o PS, como mau gestor de causas das suas tradicionais bases eleitorais, vai entregando à desilusão e à firme perda de votos que, erradamente, contará ainda como certos, porque... não sabe fazer contas. A forma como se trataram os professores, entregando-os nos braços da organização comunista, proporcionando-lhes as suas operações de rebimba-o-malho, do bota abaixo, é o exemplo acabado da acção fanfarrona e insensata que só o PS com um ferrabraz ao comando seria capaz de levar a cabo. A coragem é importante para se tomarem medidas difíceis. Mas de pouco vale se for ostensivamente provocatória e se esgotar nesse gesto imoderado e exibicionista, criador de anti-corpos.
É a hora de reconhecer estas realidades e, se ainda for possível, emendar a mão!

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