17 janeiro 2010

AGITAÇÃO NAS CLOACAS DO PSD




Quem segue com atenção a vida do PSD não deixa de questionar, com perplexidade, quais as razões que levam a que os núcleos mais desgastados, embora poderosos, semana após semana, num rodopio frenético, testem uma procissão de candidatos, mais ou menos forçados, sebastiânicos, alguns feitos de barro, outros produzidos em laboratório. Aquilo que mais surpreende e desgosta é vermos inimigos jurados de ontem, abraçados, aplaudindo-se com o entusiasmo de um amor novo. Nunca imaginei Menezes, que não pára de se queixar do mal que lhe fez o grupo de Aguiar Branco, o tal grupo que jurara tirá-lo da presidência à bomba, embevecido com líderes que o odiavam.Que terá acontecido nos bastidores clandestinos é coisa que desconheço, mas o amor voltou. Lopes, que afrontou Manuela, aconchega-se nas palavras da senhora. Marcelo quer tudo. Sobretudo que ninguém esteja contra ele, embora se sinta no direito de estar contra todos. E Rangel saltita de ramo em ramo, dizendo que não, mas chilreando gorjeios de desejosa aspiração. Morais Sarmento, um dos sólidos fermentos deixados por Barroso, não quer saber. Balsemão, sóbrio, estadista, afasta-se. Quanto ao resto, agita-se febril à procura de uma poção mágica que salve o PSD. Dizem eles. Mas querem dizer, que os salve. Acompanho isto com estranheza e mágoa. Da mágoa dei conhecimento quando alertei para este caminho de desastre. Respondeu-me o insulto. Nunca senti tanto conforto por ser insultado. Sabia que tinha razão. A estranheza terminou ao ler o livro de Passos Coelho. Percebo que a agitação nas cloacas do poder social-democrata não é a favor de qualquer um.’Moita Flores, presidente da Câmara de Santarém, eleito na lista do PSD

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