22 janeiro 2010

CAVACO, ENFIM


Pedro Adão e Silva, O tecto de Cavaco: Ao longo destes quatro anos, Cavaco deu algum passo no sentido de alargar a sua base eleitoral? A resposta é não. Nesse sentido, o primeiro mandato de Cavaco foi atípico. Com o recurso a comunicações ao país que só introduziram ruído no debate; com uma inclinação para tutelar o seu espaço político de origem; e, acima de tudo, com uma reconversão de primeiro-ministro modernizador em Presidente conservador, numa altura em que o conservadorismo social está em retracção no país, Cavaco cristalizou a sua base de apoio. Pelo caminho, ao envolver-se por interposta pessoa nas disputas eleitorais, delapidou aquele que era o seu principal capital político: a ideia de que pairava acima da miséria da política partidária e que era um referencial de estabilidade e previsibilidade. A consequência é que, pela primeira vez, se discute a reeleição de um Presidente.

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