09 maio 2011

EDUARDO LOURENÇO MUITO PESSIMISTA

Eduardo Lourenço não tem dúvidas que os portugueses vão conhecer uma “fase difícil” da sua vida
“Embora se fale nisso continuamente, a verdade é que o país nem sequer está em estado de choque, como normalmente devia estar”, disse Eduardo Lourenço à agência Lusa, em declarações à margem do congresso “A Europa das nacionalidades”, em que participou.
O também professor universitário constata que, por enquanto, ainda não se vê a preocupação da sociedade em geral, sobretudo no comportamento, mas acredita que este “estado de inocência” não se vai manter.
Eduardo Lourenço não tem dúvidas que os portugueses vão conhecer uma “fase difícil” da sua vida, passando de “um período de euforia” para “um período de restrições”.
“Vamos entrar num período de vacas magras, em que teremos não só de apertar o cinto, mas de modificar o nosso comportamento, particularmente económico e de consumidores”, afirmou.
Sobre as medidas negociadas com a 'troika' internacional pelo Governo português no âmbito da ajuda externa, Eduardo Lourenço disse que “era inevitável qualquer coisa como um plano deste género”, para solucionar o problema do país estar endividado “além do que era admissível”.
“O problema é saber como é que Portugal vai responder a esta nova situação em que se encontra”, sublinhou o ensaísta, acrescentando: “Estamos não só a ser julgados aos olhares dos outros, mas com a responsabilidade de dar uma resposta que nos tire deste atoleiro em que nos metemos e em que a conjuntura internacional nos pôs”.
O congresso internacional "A Europa das Nacionalidades - Mitos de Origem: discursos modernos e pós-modernos", decorre na UA, entre hoje e quarta-feira, reunindo cerca de 300 investigadores de todos os continentes.
Entre os oradores estão o historiador norte-americano Patrick Geary, o sociólogo polaco Zygmunt Bauman ou o especialista britânico Tom Fleming, reconhecido internacionalmente pelos seus estudos e trabalhos sobre as indústrias criativas.
A iniciativa é promovida pelo Departamento de Línguas e Culturas da UA, pelo Centro de Línguas e Literaturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da UL (CLEPUL) e pela Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos.
Portugal vai receber um empréstimo de 78 mil milhões de euros nos próximos três anos ao abrigo de um acordo de ajuda financeira negociado com a ‘troika’, composta pelo Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia

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