02 outubro 2011

RETORNADOS

A LER n.º 106 / Outubro está na rua. A pièce de résistance deste número é a entrevista que Dulce Maria Cardoso (n. 1964) deu a Carlos Vaz Marques. Dulce nasceu em Trás-os-Montes mas foi para Angola ainda bebé, deixou África aos 11 anos, publicou o primeiro livro em 2001, foi traduzida, recebeu prémios e agora diz com desassombro: «Houve uns retornados mais retornados do que outros [...] Os retornados que conheço e de que posso falar foram os mais injustiçados. Os bem-sucedidos seriam bem-sucedidos em qualquer parte do mundo porque eram pessoas muito fortes e capazes. A maior parte não foi muito bem-sucedida, só que dos fracos não reza a História.» Isto a propósito do romance mais recente, O Retorno, uma edição da Tinta da China, cuja recensão crítica é feita por José Mário Silva. Os pontos de vista de Dulce expressos na entrevista são quase todos politicamente incorrectos. Mas assim é que deve ser. Este número inclui um inédito do padre António Vieira; um texto de Mónica Bello sobre Diamantes de Sangue de Rafael Marques; etc. A minha crónica, O Fogo e as Cinzas, é sobre Manuel da Fonseca, que faria cem anos no próximo dia 15. in da literatura

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