01 novembro 2011

PAUL DE GRAUWE


OS COVEIROS
Paul de Grauwe

Paul De Grauwe é um dos maiores especialistas sobre o funcionamento da Zona Euro. O professor e conselheiro da Comissão Europeia não tem dúvidas de que as decisões da semana passada serão insuficientes.
Portugal está mais próximo de uma reestruturação da sua dívida?
Infelizmente, creio que está mais próximo, devido à recessão, a qual implicará rácios de défice e dívida superiores, forçando o Governo a adoptar ainda mais austeridade.
Como avalia a desvalorização interna que o Governo português está a pôr em curso?
É uma estratégia de alto risco. É verdade que Portugal tem de conseguir uma desvalorização interna, mas vocês terão de aplicar medidas tão duras, que conduzirão a uma recessão profunda. Os mercados podem não vos dar o tempo de que precisam. Estão muito nervosos, e poderão colocar-vos mais e mais pressão. Pode acontecer que as coisas ainda piorem, como aconteceu na Grécia, exigindo mais e mais austeridade que torne uma crise gerível numa crise insolúvel.
O homem não sei quem é, mas segundo o artigo é um daqueles gurus das finanças da UE que pensa as politicas económicas e aconselha a Comissão Europeia. Se esta gente vem dizer que mais austeridade vai conduzir à recessão profunda que por sua vez criará mais e mais austeridade que torne uma crise gerível numa crise insolúvel, penso que todos temos a obrigação de nos preocuparmos e procurarmos respostas. Não sendo eu economista nem entendendo nada do assunto há muito que observo os maus resultados de todas estas politicas, que nos têm lavado de mal a pior, e posso facilmente prever que delas nada de bom pode sair. Podem dizer que é o meu anti-capitalismo que me faz dizer isto e não confiar nada neste sistema, mas até os próprios defensores do capitalismo o começam a dizer também. O sistema está podre e a chegar a um ponto em que se está a auto-destruir rapidamente ameaçando com um alastrar da pobreza por todo o mundo. Está na hora, até já passa, de fazer alguma coisa e exigir, no mínimo, mudanças profundas no sistema, (o ideal seria destrui-lo de vez). Se não for por nós que seja pelos nossos filhos.

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