04 novembro 2011


Somos todos gregos


O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que Portugal não seguirá a decisão do governo grego de realizar um referendo sobre o plano de resgate europeu e apelou à união dos portugueses. "Eu espero que Portugal se possa aplicar ainda com mais determinação, para mostrar à União Europeia e ao mundo que nós não seguiremos estes exemplos. Não queremos ser confundidos com o que se está a passar na Grécia, e isso depende inteiramente de nós", disse.
Será que ele ainda acredita que  há quem ligue alguma coisa a estes apelos de nacionalismo bacoco? Os portugueses estão bem mais preocupados com o fim do mês e se o Coelho não fosse um rato, fosse mais honesto e não mentisse tanto, certamente que faria também ele um referendo. Ele diz que não queremos ser confundidos com os gregos mas a verdade é que agora somos todos gregos mesmo que isso não dependa de nós, mas do capitalismo financeiros que corroí a Europa e da incompetência de alguns líderes europeus e da impotente apatia de outros.
O que poderiamos todos fazer é aproveitar este momento em que somos todos gregos para lhes honrar a herança da democracia, recriando-a e transformando-a na verdadeira voz dos cidadãos. Está na hora de negarmos os profetas do nosso fado e assumirmos a responsabilidade do nosso futuro nas nossas mãos. Para isso temos de procurar caminhos, debater soluções, trocar ideias com outros que, como nós, procuram resposta para a sua indignação e para o seu futuro. Junta-te, discute, debate, ouve, fala. A inevitabilidade não existe.

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