22 abril 2011

A DIFERENÇA DE 1983 ESTÁ NA QUALIDADE DAS LIDERANÇAS

A diferença dos protagonistas, para pior
é abissal
Ontem, Torres Couto dizia que a diferença maior para 1983 era a atitude dos portugueses e das suas lideranças. Na altura os partidos, os sindicatos e as organizações patronais se entenderam. Antes da vinda do FMI… e por isso conseguiram uma negociação vantajosa E que depois o sucesso da re-organização e ajustamento das contas públicas e nacionais, conduzidas pelo insigne Professor Ernâni Lopes, se deveu à capacidade dos portugueses de se regenerarem e adaptarem, mas também às virtuosas lideranças de Mário Soares (PS) e Carlos Mota Pinto (PSD) e aos respectivos partidos que lhes deram carta branca (o PSD nunca teve lideranças indigentes... A actual é má de mais e o Sr Ctroga não se sente bem no papel algo subaltermo do indescritível moço do sr Ângelo. O país, naquele tempo,  esteve unido, mesmo com graves problemas (piores do que os de hoje) e conseguiu sobreviver, com sucesso.
Hoje, muitos são os que compreendem isto. A nossa competitividade está em queda – como se pode ver pelo dados do Observatório UE. O risco de bancarrota é real. A resposta só pode ser a união. Por isso algumas personalidades, da esquerda à direita, lançaram o Compromisso Nacional, que já foi recebido por Cavaco,   e que junta todos os ex-Presidentes, 5 vencedores do prémio Pessoa, empresários, personalidades tão díspares como Adriano Moreira, Lobo Xavier, António Barreto, Leonor Beleza, Pinto Balsemão, Manoel de Oliveira, os Arquitetos Souto Moura e Siza Vieira, Belmiro de Azevedo, Rodrigo Leão, Guta Moura Guedes, Eduardo Lourenço, Proença de Carvalho, Artur Santos Silva, Boaventura Sousa Santos … Todos sabemos que, desde 1976, os portugueses sempre deram mais de dois terços a PS e PSD juntos, e que só assim se podem fazer as reformas de fundo – sobretudo a da justiça!
O problema não é só, porém, a crispação, e as lideranças de topo estarem desorientadas, serem fracas, incapazes de dialogar e estarem descredibilizadas (Sócrates, por razões óbvias, e Passos Coelho, apesar de só agora ter chegado!). É que eles  suportam-se em gente medíocre… Como José Lello, que diz de Soares dos Santos – ser “fraca companhia” para Mário Soares.
Quem é Soares dos Santos? é o dono do Grupo Jerónimo Martins (dono do Pingo Doce, Recheio, Feira Nova, etc). Um homem capaz de levar o Grupo a dominar o mercado Polaco da distribuição, um dos mais competitivos do mundo, à frente de gigantes como Wal Mart, Carrefour ou Tesco! É também um homem (que, como é óbvio, terá os seus defeitos e telhados de vidro, mas pelo menos contribui, de facto, para o país, para o emprego e para as suas contas nacionais!) capaz de criar emprego para alguns milhares de portugueses, pelo caminho…
E quem é José Lello? Esteve liigado ao Boavista, à Liga e à Federação, quando os Loureiro levaram o seu Boavista ao título… e é o mesmo que parece ter trocado cargos por dinheiro… O que acha 1154 faltas em sessões da AR “Admissível”! É esse senhor, um dos melhores símbolos de tudo o que e mau tem a partidocracia nacional e do que é o caciquismo, a “lavandaria” da distribuição de lugares, a troca de influências, a angariação de financiamento aos partidos, que diz ser “fraca gente” um dos mais importantes empresários nacionais… dando-se a liberdade de dar conselhos sobre quem são as melhores companhias ao fundador do seu partido…
O Compromisso Nacional pode ser apoiado por qualquer cidadão: leia-o (é curto) e, se entender, subscreva-o, aqui


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