22 abril 2011

MAGISTRATURA DO TÉDIO


Não gosto de regimes presidenciais. Defendo há muito tempo que o Presidente da República devia ser eleito por colégio eleitoral (exemplos: Alemanha, Itália, etc.) formado no Parlamento. Mas uma coisa é o que defendo e outra as exigências da Constituição. O sufrágio universal não serve para nada se o Presidente da República fizer de Belém a sua Balmoral privada. O espectáculo a céu aberto das birras do PSD é simplesmente intolerável. A troika europeia deve julgar que apanhou o avião errado. Cavaco pode e deve dar um murro na mesa. Se o PSD persistir na tarantela dos últimos dias, o Presidente da República tem a obrigação de explicar ao país, o mais tardar antes do fim-de-semana, as consequências da bancarrota. No ponto a que chegamos, o PSD não tem alternativa senão aceitar as condições do resgate. Fazendo-o contrariado, deve apresentar-se a eleições dizendo isso mesmo. Depois, se as ganhar, tenta reformular o pacote. Mas isso será quando formar governo, com a legitimidade dos votos e o apoio do país. Até lá não serve de nada distribuir folhas A4 para televisão ver.

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