20 agosto 2011

CORREIA DE CAMPOS E OS DETRACTORES DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

DISCURSO DIRECTO


Correia de Campos foi ministro da Saúde durante quase três anos: entre 12 de Março de 2005 e 29 de Janeiro de 2008. Mais do que pretendia:

«Quando aceitei as funções, disse ao primeiro-ministro que devia ficar apenas dois anos, porque iria fazer uma gestão tão dura e tão difícil que ao fim de dois anos estaria completamente queimado.»
Esta e outras afirmações constam da entrevista feita por Liliana Valente, hoje publicada no i.
Considero, e não de é hoje (escrevi-o várias vezes), que Correia de Campos foi o melhor ministro da Era Sócrates. A sua demissão, a reboque da Santa Aliança — sindicatos afectos ao PCP, Manuel Alegre, PSD, media, Cavaco: o chamado vodka-laranja —, foi a primeira derrota de Sócrates.

A entrevista que podemos ler hoje no i é esclarecedora:
«Podia ter feito [mais] se tivesse tido mais apoio de alguns sectores do PS. Não tenho nenhuma queixa genérica sobre o partido, militantes ou autarcas do PS, mas tenho uma imensa mágoa de pessoas com responsabilidade política como o dr. António Arnaut ou Manuel Alegre, por eles terem combatido as políticas de racionalização do SNS, dentro da linha de manter o essencial da solidariedade e de aperfeiçoamento que eu conduzi. Não posso esquecer que essas pessoas são os principais responsáveis por se chegar a um ponto em que há dívidas dificilmente controláveis e de haver tentações da direita para desmantelar o SNS. Se o SNS vier a ser desmantelado, e todas as semanas luto contra isso, essas personalidades — não foram os únicos mas foram sempre os mais vocais, com a imprensa sempre atenta a favor deles porque eram vozes contrárias ao pensamento oficial do PS fizeram dos piores erros, dos mais graves que foram cometidos em Portugal em matéria social. Não queriam que se fizesse nada. Queriam que se mantivesse tudo congelado como estava. Não era possível fazer racionalização de urgências, não era possível encerrar SAP, maternidades
Sobre Paulo Macedo, actual ministro da Saúde, diz: «É uma pessoa de uma extrema capacidade, extrema disciplina e capacidade de cumprimento dos objectivos públicos, cívicos. Na sua qualidade de gestor financeiro, pode ser excelente no Ministério da Saúde. Daquilo que conheço das suas características humanas, não me parece que seja uma pessoa apenas com cifrões nos olhos

Acerca do memorando da troika, também é claro: «Conheço muito bem o memorando. Até fui convidado para ter uma conversa com os membros da troika, mas não fui, entendi que não tinha de ir

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