15 agosto 2011

O GASPAROIKA NÃO FOI ASSIM TÃO BOM ALUNO

 

«Parecia que tínhamos voltado a ser os bons alunos da União Europeia. Essa foi, pelo menos, a imagem que se destacou em parte da opinião expressa ontem pela troika na conferência de imprensa que serviu para anunciar que Portugal passou o teste para aceder à tranche de 11,5 mil milhões de euros do empréstimo concedido pelo FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu e que chegará em Setembro. Mas nas entrelinhas ficou um sem-número de críticas veladas: ao corte na despesa até agora inexistente, às reformas estruturais e à descida da taxa social única, que para o FMI seria o dobro do defendido no estudo divulgado pelo governo. Além de tudo isto, a troika apontou alguns incumprimentos em matéria de medidas nos rendimentos e taxas de justiça. Apontou também a utilização de fundos estruturais para pagar salários a professores e salientou que houve funcionários públicos com aumentos salariais este ano e alguns desvios nas despesas de capitais.
A troika ainda sublinhou a derrapagem de quase 600 milhões de euros - 270 milhões dos quais relativos à Região Autónoma da Madeira e 320 milhões de euros no BPN -, o que ajudou ao agravamento do défice para 1,1%, anunciado pelo ministro das Finanças 45 minutos antes do início da conferência da troika.

Foi Poul Thomsen, o representante do FMI, a explicar como diminuir este impacto, além do que já foi feito com o subsídio de Natal. Assim haverá receitas extraordinárias de 600 milhões de euros, que incluem o aumento do IVA na electricidade e no gás natural de 6% para 23% (ver ao lado) e a absorção pela Segurança Social dos fundos de pensões dos bancos (ao lado).» [i]

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