16 agosto 2011

E... LÁ VAMOS CANTANDO E RINDO

 

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«[...] Nem sequer o facto despiciendo de Passos Coelho e (acessoriamente) Paulo Portas faltarem agora ao que prometeram na campanha consegue indignar um país por enquanto resignado e dormente. Só que a troika, com a sua brutalidade luterana, não se deixou convencer. Jürgen Klöger, o chefe da “missão europeia” e Paul Thomsen, o chefe da “missão FMI”, observaram os dois a triste inexistência de “cortes substanciais” na despesa, ou seja, na administração local, regional ou central. [...]

A monarquia absoluta criou a pequena fidalguia, o liberalismo, a burguesia
“moderna” (iletrada e pelintra como era) e o “25 de Abril” a classe média democrática, que por definição este regime jamais conseguirá repor no lugar que lhe compete ou devolver às suas verdadeiras proporções. [...]
O Governo mais reformista ou
“neoliberal” está assim condenado a fundir e refundir os “serviços” que por aí brotaram com nomes grotescos, mas sem nunca tocar na segurança, no estatuto e grosso dos rendimentos das pessoas. No momento em que se atrevesse a uma barbaridade dessas, mesmo com carácter simbólico, a classe média correria rapidamente com ele. Os cortes na despesa, quando não se aplicam à velha miséria do país isto é,
aos pobres,  são uma simples figura de retórica
Vasco Pulido Valente, O criador e a criatura, hoje no Público, (excertos)

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